Líder dos grevistas na Bahia é transferido para cadeia pública de Salvador

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Janaina Garcia
Do UOL, em Salvador
O líder da greve de policiais militares
em Salvador, o ex-soldado Marco
Prisco, foi transferido na tarde desta
quinta-feira (9) para a cadeia pública
do complexo penitenciário de Mata
Escura, na periferia da capital baiana.
De acordo com a Secretaria de
Segurança Pública da Bahia (SSP-BA),
Prisco passou por exames de corpo
de delito antes de ser transferido.
Ele foi preso na manhã desta quinta-
feira (9) na desocupação do prédio da
Assembleia Legislativa, que estava
ocupado por 245 PMs grevistas desde
o último dia 31. Além dele, foi preso
também Antonio Paulo Angelini, que
tinha prisão decretada em um total
de 12 mandados expedidos.
As prisões foram decretadas pela
juíza Janete Fadul. Todos são
acusados de formação de quadrilha e
roubo de patrimônio público (carros
da corporação). Além dos crimes, os
policiais devem passar por um
processo administrativo.
A desocupação e a prisão dos líderes
ocorreu poucas horas depois de o
"Jornal Nacional", da TV Globo,
divulgar gravações telefônicas que
indicam que Prisco incentivou atos de
vandalismo no Estado.
Entenda a greve
A greve na Bahia foi deflagrada na
terça-feira, dia 31 de janeiro, por
parte da categoria, liderada pela
Associação de Policiais e Bombeiros
da Bahia (Aspra). Dias depois, o
movimento foi considerado ilegal. Na
noite desta quinta-feira (9), a
categoria decidiu manter a
paralisação. Não foi informado o
contingente de homens parados.
Para encerrar a paralisação, os
grevistas pedem a incorporação de
gratificações ao salário e a concessão
da anistia administrativa para os
envolvidos. Segundo o governo
estadual, a principal reivindicação dos
policiais, que era a implantação de
duas gratificações (a Gratificação de
Atividade Policial-GAP 4 e 5), foi
concedida de forma escalonada até
2015. "Com muito esforço
orçamentário, ofereci entre 2012 e
2015 o atingimento no contracheque
dessas duas gratificações", disse o
governador Jaques Wagner (PT). Os
grevistas, contudo, exigem que a GAP
4 seja paga imediatamente e a GAP 5,
no início de 2013.
O governo reiterou que os policiais
envolvidos em "casos de vandalismo"
serão punidos. "Os policiais que
participaram legalmente, dentro das
regras do processo reivindicatório,
não têm com o que se preocupar.
Mas todos aqueles condenados pela
sociedade baiana que depredaram,
quebraram e intimidaram a
população devem ser investigados.
Não há como falar em perdão
quando se fala em atos de
vandalismo."
A presidente Dilma Rousseff se
manifestou nesta quinta-feira contra a
anistia aos grevistas
.
A paralisação gerou um aumento da
violência no Estado: houve registro de
arrastões e aulas e shows foram
cancelados. Os Estados Unidos
chegaram a recomendar aos norte-
americanos que adiem viagens "não
essenciais" ao Estado. Em uma
semana, o número de homicídios
mais do que dobrou na região
metropolitana de Salvador, segundo
estatísticas oficiais do governo.

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